Bom dia amigos,
Melbourne, Austrália. O ano é 2000. Todos os refletores estão apontados para a volta da disputa Hakkinen-Schumacher, já que o alemão não havia disputado o titulo na temporada anterior, além da estréia de Rubens Barrichello no cockpit da Ferrari.
Na mesma prova, no carro número 10, um garoto de apenas 20 anos faz sua estréia. Cercado de espectativas, tido como gênio, a esperança inglesa de voltar a triunfar na categoria. Todo o peso do mundo nas costas de um garoto que tinha "queimado etapas", indo direto da Fórmula 3 britânica para a categoria máxima do automobilismo mundial, desbancando o favorito para o posto, o brasileiro Bruno Junqueira. O nome deste garoto era Jenson Button.
Button, que em sua estréia conquistou uma fraca 21ª posição no grid e que, após 46 voltas abandonava com problemas no motor. Começava aí sua jornada na Fórmula 1.
Jornada que teria a chegada aos pontos, já em sua segunda prova, no Brasil, com um 6º lugar e que chegaria a um 4º lugar na Alemanha, e quatro 5º lugares, na Inglaterra, Áustia, Bélgica e Japão, chegando ao oitavo posto na colocação geral, três posições abaixo de seu companheiro de equipe, com 12 pontos.
No final do ano, porém, a decepção. Com a contratação de outra promessa, o campeão da Indy, Juan Pablo Montoya, Button é emprestado à Benneton. Começa aí uma fama que o perseguiria por diversos anos: Estar no lugar certo, na hora errada.
Enquanto a Williams fazia um campeonato consistente, atrás apenas de Ferrari e McLaren, e conquistava 4 vitórias no ano, Button, assim como seu companheiro Fisichella, sofria com o péssimo carro da Benneton, já comprada pela Renault, e que nada almejava na disputa. O piloto britânico encerra assim o ano com apenas 2 pontos conquistados, no GP da Alemana.
Vem 2002, e o britânico, já na Renault, tem melhor sorte no ano, chegando 2 vezes em quarto e fechando o ano com 14 pontos, na sétima posição do campeonato, à frente de seu companheiro de equipe, Jarno Trulli.
Nada disso, porém, impediu sua demissão da Renault, substituido por Fernando Alonso, discípulo de Briatore. À epoca, após ser criticado pela imprensa, Briatore disse que iria mostrar para o mundo que tinha tomado a decisão certa. De certa forma ele estava correto e Alonso chegaria ao bicampeonato pela escuderia francesa anos depois. Estava aí mais uma vez a sina de Button de estar no lugar certo na hora errada.
Em 2003, após se encontrar desempregado por um tempo, encontrou morada na BAR, que, mesmo com um grande investimento, não passava de uma equipe mediana. A aposta deu resultado e Button superou com folga seu companheiro de equipe, o campeão de 1997, Jacques Villeneuve, conquistando 2 vezes o quarto posto (Áustria e Japão) e concluindo a temporada em nono lugar, com 17 pontos. Ele encontrava ali, embora não soubesse à época, sua morada definitiva.
Em 2004, a consagração. A equipe BAR monta um bom carro, sendo superada apenas pela Ferrari em número de pontos, coloca Button 10 vezes no pódio, calando os críticos e mostrando mais uma vez ser um piloto veloz, superando com folga seu companheiro, o japonês Takuma Sato, chegando em terceiro no mundial de pilotos. Na época, no entanto, o feito foi extremamente ofuscado pelo desempenho da Ferrari, em especial de Schumacher, que chegava ao seu sétimo título, com 13 vitórias em 18 corridas.
No confuso ano de 2005, no entanto, com as mudanças no regulamento, a BAR não consegue manter o nível de competitividade do ano anterior e, apesar do bom desempenho de Button, com dois terceiros lugares, ficou mais marcada pela punição sofrida em San Marino, quando o carro de Button foi à pista mais leve que o permitido, o que baniu a equipe de 2 etapas da temporada. Lá na frente, Alonso era o campeão, confirmando as palavras de Briatore.
Em 2006, nova esperança, já que a equipe BAR é comprada pela Honda, que realizava grande investimento na categoria. Como companheiro, Button ganhava a companhia de Rubens Barrichello que, após 6 anos na Ferrari, mudava de ares. O ano se mostrou muito bom, com 2 terceiros lugares e a primeira vitória, conquistada no GP ad Hungria, após largar no quarto lugar. No final do ano, a sexta posição na tabela, com 56 pontos, seguido por Barrichello.
No entanto, o sonho de voltar a andar na frente acabava ali para a Honda. Nos anos seguintes, mais preocupada com a questão ambiental do que no desenvolvimento de um bom carro, a Honda teve desempenho pífio, com Button marcando apenas 9 pontos na soma das 2 temporadas (6 em 2007 e 3 em 2008), vendo, inclusive a esperança de ser o novo grande piloto inglês ir embora com o surgimento de Lewis Hamilton e sua conquista em 2008.
Ao final daquele ano, Button era considerado como uma promessa não concretizada e, com a saída da Honda da Fórmula 1 ele era, tal qual Barrichello, passou a ser considerado como um ex-piloto da categoria, que dificilmente conseguiria emprego em outra equipe. Ficando desempregado por um tempo, aceitou redução de salário para estar no grid em 2009, o que já considerava uma vitória. Com o surgimento da Brawn, isso se tornava possível.
Nos testes em Algarve, a Brawn espantou o mundo com um desempenho muito superior ao dos adversários, o que causou certa desconfiança de que isto fosse apenas uma jogada de marketing para conseguir patrocínio, o que foi desmentido em Melboune, com a Brawn fazendo dobradinha, com Button à frente.
A partir daí, uma temporada perfeita, com 5 vitórias em 6 corridas e, mesmo quando o rítimo do carro baixou, Button soube administrar a vantagem para ser o campeão mundial de 2009 e mostrar ao mundo que estava no lugar certo, na hora certa.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário