quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Recordando: O título que escapou

Suzuka, Japão. O ano é 1999. Última prova do campeonato. Em jogo o título mundial, ainda em aberto.
De um lado, o detentor do título, o finlandês Mika Hakkinen. Do outro, a surpresa, o norte-irlandês Eddie Irvine da Ferrari.
Irvine ? Isso mesmo, aquele que havia levado um tapa de Ayrton Senna por tirá-lo de uma corrida anos antes.

Irvine, que passou de mero coadjuvante na temporada, para maior favorito na disputa pelo título. Ele, que iniciou a temporada pela Ferrari sabendo que seria sua última, e que, tal qual seu sucessor Rubens Barrichello, passou o ano disparando contra a maneira da equipe ser conduzida, com a disparidade dos equipamentos dos pilotos e da necessidade de Michael Schumacher ter um escudeiro, no caso o piloto irlandês.

Ele, que tanto havia "corrido para" Schumacher e o ajudado a vencer corridas na equipe vivia um momento de protagonista, mesmo com o anúncio da contratação de Rubens Barrichello para sua vaga no ano seguinte, o irlandês queria "sair por cima" da Scuderia, mostrando o quão injustiçado havia sido.

Agora, num cenário dessa disparidade. Como ele conseguiu esse status de protagonista?

Em apenas 1 GP, o GP da Inglaterra, no qual Michael Schumacher sofreu um grave acidente que o afastou por 6 corridas, tirando suas chances de título.

Coube ao então segundo piloto a difícil, porém não impossível tarefa de tentar tirar um título certo das mãos de Hakkinen, agora, com todo o apoio da Scuderia.

Então, o coadjuvante passou a protagonista, tendo também seus escudeiros. Afinal, Mika Salo literalmente deu a vitória ao irlandês na Áustria, ao passo que Schumacher, recuperado, deu-lhe a vitória na Malásia, fazendo-o chegar ao Japão com 4 pontos de vantagem sobre o então campeão do mundo.

Irvine, então, só precisava de si mesmo para ser campeão. Obviamente, num tempo em que o 2º lugar não valia tantos pontos, Hakkinen também só dependia de si para conseguir o título, afinal, bastava vencer a corrida. Mas o irlandês tinha como escudeiro Schumacher, que ia fazer de tudo para trazer o título para a Ferrari.

Na classificação, o favorito Irvine largava apenas em terceiro, ao passo que seu adversário era o pole-position.

Na largada, Hakkinen manteve a ponta, seguido de perto por Schumacher. Irvine, manteve a terceira posição.

A corrida então se dividiu em duas, com Hakkinen e Schumacher na briga pela vitória, com o restante bem atrás. A esperança de Irvine ficava então na categoria do piloto alemão, que tentou, fez e aconteceu na pista, mas não impediu a vitória de Hakkinen e a conquista de seu segundo título mundial.

Título que a Ferrari não conquistava havia anos e que desejava demais, mas não ali, não com Irvine, que saiu da Ferrari pela porta dos fundos, sendo substituído por Rubens Barrichello, que esteve presente na fase áurea da Ferrari, mas que também comeu "o pão que o diabo amassou" na Scuderia.

Rubens, que hoje torce para que seu companheiro Button faça corridas tão infelizes como foi aquele GP do Japão para Eddie Irvine.

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