Bom dia amigos,
Ontem, após o término da corrida, o heptacampeão, Michael Schumacher, que corre pela Mercedes, recebeu uma punição por ultrapassar a Ferrari de Fernando Alonso na última curva, após a saída do Safety Car.
Com a punição, o alemão deixou a zona de pontuação da prova, chegando em 12º.
Mais tarde, o alemão declarou que sabia que seria punido pois, um dos fiscais da prova, que iria julgar seu ato, era seu eterno rival, o inglês Damon Hill, a quem, Schumi "tirou da prova" deliberadamente na decisão do Mundial de 95, conquistando seu segundo título. A partir daí, a polêmica foi lançada.
Primeiro, porque é fato, que devemos esperar alguma resposta de Hill, desafeto declarado do alemão.
No entanto, a principal polêmica não contempla Damon Hill, e sim Fernando Alonso, que disse ao fim da prova saber que o alemão seria punido.
O motivo alegado ao final, foi no mínimo incoerente, já que foi declarado que o alemão foi punido por "ultrapassar com bandeira amarela". No entanto, pela transmissão, nota-se que a bandeira verde era agitada no local no momento da relargada.
Agora, fica a questão: se a situação fosse inversa, com Alonso passando Schumi, a punição seria dada?
É fato de que a Ferrari influencia, e muito, a política da Fórmula 1, afinal, como foi várias vezes dito no último ano: "Não existe Fórmula 1 sem Ferrari". Também é fato que a influência ferrarista aumentou com a eleição de Jean Todt, ex-chefe de equipe de Maranello, como o presidente da FIA.
Porém, as decisões polêmicas em favor da Ferrari, estão cada dia mais constantes. Basta lembrar da manobra de Alonso sobre Massa no GP da China, quando Alonso passou Massa no pitlane. Na época, sequer um "puxão de orelha" foi dado a Alonso, que ainda foi exaltado, devido ao seu arrojo.
Sim, não acredito que a manobra de Alonso tenha sido ilegal. Talvez antiética, como a manobra de Schumi em Mônaco.
Assim sendo, a Fórmula 1, em tempos de corridas chatas e monótonas, a categoria, na minha opinião, erra ao punir o arrojo e a habilidade, já que, no lance, Schumacher fez o que todos os outros não tiveram coragem de fazer, apenas por seu instinto, visto que o ganho em termos de pontuação com aquela ultrapassagem seria mínimo.
O pior é que, em tempos que muitos comentaristas esportivos critica o chamado "futebol de resultados", vivemos a "Fórmula 1 de resultados", que pouco é falada. Afinal, hoje se preza muito mais a quantidade de pontos do que a vitória, o jogo de equipe e o planejamento e tática, em detrimento da arte, da corrida estética, como era no início dos anos 90.
E, na principal esteira disso estão as equipes, que visam apenas a vitória e não o espetáculo, e não enxergam que, apesar de estarem vencendo, a categoria vem perdendo. Perdendo admiradores e espectadores, que chegam a rumar para categorias mais emocionantes. Basta ver o aumento da audiência da Indy, Stock Car e Nascar no Brasil.
Assim sendo, começo a solidarizar-me com a idéia de Bernie Ecclestone, de premiar como campeão o piloto mais vitprioso, afinal, parece ser uma alternativa para dar arrojo aos pilotos. No entanto, para isto, é importante fazer com que seja possível ultrapassar. E, estas determinações devem vir da FIA, afinal, as equipes estão mais preocupadas com a vitória. No entanto, com a FIA punindo o talento e arrojo, vai perdendo emoção e força.
Que saudades dos tempos de Senna, Mansell, Prost, Schumacher, Hakkinen...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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