quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Gênio Indomável

Bom dia amigos,

Muito se falou sobre a atitude de Lewis Hamilton no último GP da Malásia, onde o piloto inglês, visivelmente irritado com o russo Vitaly Petrov que estava dando o troco a cada ultrapassagem que levava do inglês, começou a "fechar a porta" do russo continuamente, ziguezagueando na pista, o que é proibido pelo regulamento.

Todos falaram sobre a não punição do inglês, que levou apenas uma advertência da direção de prova.

Pois bem, na minha opinião, a punição foi realmente muito branda e, se eu fosse Petrov ou a Renault estaria no mínimo indignado.
No entanto, não querendo ser advogado do diabo, mas já sendo, vou analisar o outro lado.

Quem viu a corrida notou que, a despeito do que foi amplamente falado pela transmissão da Globo ou da Sportv, a prova não foi repleta de emoções, com exceção daquelas protagonizadas por Hamilton.

É só lembrar: quantas ultrapassagens foram vistas sem que fossem realizadas pelo inglês da McLaren? A resposta é: poucas. Massa e Alonso, aqueles que mais ganharam posições no decorrer da corrida ficaram voltas e voltas atrás dos carros da Toro Rosso, ultrapassando-os, assim como a Petrov e Hulkenberg, na estratégia de boxes.
Massa ainda aplicou uma bela ultrapassagem sobre Button no final. Alonso até travou briga, mas foi só.

Além da ultrapassagem de Massa sobre Button, Petrov também travou briga com Hulk no pelotão intermediário. Ah! e Button e Alonso brigaram por posição no começo da prova.

Fora isso, só deu Hamilton na pista: as ultrapassagens sobre Buemi, Alguersuari, Kobayashi, Petrov e Hulkenberg foram realizadas por puro arrojo, visto que nesta nova Fórmula 1, poucos conseguem ultrapassar na pista.

E não foi só na Malásia... há 3 anos o inglês vem travando roda, dividindo curvas e realizando ultrapassagens, muitas vezes em pontos que nem tem condições para isto.

Lógicamente, atitudes como esta geram situações como as que aconteceram na primeira temporada do inglês, em 2007, quando o arrojo excessivo o fez perder o título. Talvez por isso a corrida burocrática em Interlagos em 2008, onde ele, por falta de ousadia quase perdeu um título certo. Título esse, aliás, que o tornou "persona non-grata" no Brasil.

Porém, a temporada 2009 trouxe de volta o "velho Hamilton": ousado, arrojado e que comete error infantis.

A quebra do "cordão umbilical" em 2010, no entanto, mostrou outra face do inglês, antes acobertada pelo pai, que vestia a carapuça em prol do filho famoso.

Hamilton neste ano passou a ser chorão, reclamão, e capaz de manobras nem sempre das mais honestas para chegar à vitória ou ao pódio.

No entanto, atitudes como estas já foram vistas, guardadas as devidas proporções, em gênios como Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher, que, assim como Hamilton, compensavam com muito arrojo nas pistas, trazendo emoção à Fórmula 1.

Sendo assim, num ano em que, dizia-se, seria de Alonso, o inglês vem roubando a cena, e, graças a ele, seu jeito chorão, suas manobras sujas e suas ultrapassagens arrojadas, ainda conseguimos assistir esta Fórmula 1 cada vez mais técnica e cada vez menos emocionante.

Ou seja, para quem fala que Alonso é disparado o melhor piloto da atualidade, Hamilton está mostrando ser, assim como no filme, um Gênio Indomável...

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